Brasil lidera ranking de países com população preocupada com a saúde mental

Brasil lidera ranking de países com população preocupada com a saúde mental

75% dos brasileiros entrevistados em pesquisa consideram que preservar a saúde mental é importante

Por Ascom GT

Uma pesquisa recente feita pela empresa IPSOS, por ocasião do Dia Mundial da Saúde Mental (20 de outubro), colocou o Brasil como líder de um ranking de países cuja população mais se preocupa com sua saúde mental. O levantamento, divulgado em reportagem do jornal Folha de São Paulo, aconteceu entre os dias 20 de agosto e 3 de setembro, com 21.513 pessoas entrevistadas, incluindo cerca de mil brasileiras. Do total de brasileiros participantes, 75% consideram sua saúde mental importante e 40% acreditam que os distúrbios mentais são um dos principais problemas sanitários no país atualmente.

O resultado, segundo especialistas, é reflexo do momento vivido atualmente no Brasil, marcado pelos desdobramentos da Covid-19 e problemas de desigualdade social e insegurança econômica. Para a psicóloga Vanessa Ferreira, do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (Napps) do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), a busca por psicólogos e psiquiatras teve um aumento considerável, diante de tantas questões que foram despertadas ou até mesmo intensificadas pela pandemia.

“Da mesma forma que o Brasil é um dos países que mais se preocupam com a saúde mental, também é o que lidera o ranking de transtornos de ansiedade e depressão. O que isso quer dizer? Que mesmo com toda essa atenção com a saúde mental, existe uma lacuna entre a preocupação e a busca efetiva pelo tratamento. Seja por ainda ser visto como um tabu por muitas pessoas, seja pelas próprias dificuldades que a população encontra para ter acesso a esse tipo de atendimento, principalmente pela dificuldade de acesso, devido à burocracia da rede pública ou mesmo pela questão financeira”, comenta.

Entre os fatores que explicam essa diferença, os especialistas do setor de saúde mental apontam a existência de um vácuo entre os atendimentos psicológicos ou psiquiátricos e os relacionados à saúde corporal. O baixo investimento na saúde mental, estimado em 2% do orçamento da saúde no Brasil, é outro fator que torna o problema ainda mais complexo.

Ajuda profissional

Vanessa relata que, atualmente, é possível ver nos consultórios a busca crescente pelos serviços de terapia, mas ainda há muito a ser feito, pois cada público (criança, adolescente, adulto e idoso), tem suas particularidades que precisam ser atendidas.
“É preciso existir uma rede de apoio efetiva, seja ela pública ou privada, campanhas, programas e políticas públicas voltadas especificamente para este trabalho. Isso inclui questões de saúde e educação, entre tantos outros aspectos que interferem diretamente no bem estar do indivíduo”, expõe.

A psicóloga chama atenção para a importância de buscar ajuda. “Ao perceber que tem algo diferente, que não está conseguindo lidar com algumas questões sozinho ou o aparecimento de sintomas como angústia, sem causa aparente, busque um profissional da área o quanto antes. Cuidar da saúde mental é cuidar de algo extremamente valioso; mesmo que nosso corpo esteja bem, se nosso emocional não estiver, dificuldades se farão presentes. Em algum momento poderão nos limitar e trazer prejuízos emocionais difíceis de lidar. Com a ajuda ainda no início destes sintomas, mais assertivos estaremos sendo com nós mesmos”, conclui.

Redação

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