Agosto Lilás: MVV lança “Roda Com Elas na Comunidade”

Agosto Lilás: MVV lança “Roda Com Elas na Comunidade”

Estamos finalizando um mês-chave de enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher, o Agosto Lilás. Por isso a Mineração Vale Verde (MVV), por meio do Comitê Roda Com Elas, levou para a comunidade, no último dia 3, uma palestra especial para as mulheres da área de influência direta (AID) da Mina Serrote, em Craíbas.

Trata-se do projeto “Roda Com Elas na Comunidade”, que acontecerá agora uma vez ao mês com palestras envolvendo pautas sociais direcionadas às mulheres da região.

Essencialmente, o Comitê foi criado para agir apenas internamente na MVV, com reflexões sobre o papel da mulher no local de trabalho. Além de fortalecer os laços das participantes, o intuito do Roda Com Elas é justamente discutir assuntos relacionados aos desafios enfrentados pelas mulheres, dentro e fora do ambiente corporativo. Agora, o Comitê se expande para abraçar a comunidade.

O evento ocorreu no Salão de Festas da Professora Graça, na Lagoa do Mel, contando com a parceria do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher em Alagoas (CDDM/AL) que explanou sobre os direitos de cada uma e relatou sobre os preocupantes e elevados casos de feminicídio que infelizmente têm assolado o nosso país.

Os encontros do grupo serão realizados durante todo este ano e o início de 2023, o que renderá um documentário com depoimentos das mulheres envolvidas e acompanhamento das oficinas que ocorrerão com temas relacionados a empoderamento, saúde da mulher e acessibilidade a direitos, por exemplo.

Estiveram presentes no evento integrantes do Comitê de Diversidade Roda com Elas, da MVV, e representando o CDDM/AL, a coordenadora do Centro e advogada, Paula Lopes; a assistente social Kallyne Santos; a psicóloga Lorena Barbosa; e a sobrevivente de violência doméstica, Wanderlândia Lemos — esta última hoje é palestrante desta ONG alagoana que tem sede em Maceió.

“Nós precisamos nos empoderar, denunciar as violências sofridas. Precisamos contar umas com as outras. Por isso, estamos aqui neste encontro do ‘Roda Com Elas na Comunidade’, uma parceria entre a MVV e o CDDM. O Agosto Lilás é uma semana [de 1 a 7 de agosto] em reverência à Lei Maria da Penha. A morte de uma mulher é a maneira última de calá-la, o feminicídio. Não podem mais nos calar! Nosso poder vem de dentro; vem da fala; vem da escuta. Nosso poder vem dessa partilha com outras mulheres: nós somos nosso próprio lar”, pontua Paula Lopes.

De acordo com a coordenadora, o que o CDDM pretende construir é um grupo de mulheres coeso, que promova a transformação social. O intento é educar essas mulheres das comunidades vizinhas à Mina Serrote ao entendimento de seus direitos enquanto mulheres.

“Trabalhamos através da escuta qualificada e sem julgamento, em um formato em que essas mulheres de Craíbas se autoidentifiquem como são (se são brancas, negras ou pardas, por exemplo) e onde estão inseridas na comunidade onde moram, para criar um senso maior de pertencimento”, comenta Paula.

Presente durante esta primeira reunião ao lado de sua mãe Gilda, estava a agricultora Kellianne Lima, de 27 anos. Ela tem dois filhos, recentemente saiu de um relacionamento e comentou sobre os desafios de ser mãe solo e mulher nos dias de hoje.

“Nós sofremos preconceito, recebemos menos que os homens, somos vítimas constantes de assédio. Precisamos, de fato, nos fortalecer para mudar isso. Para nós, esse encontro foi muito bom, em pleno mês do Agosto Lilás, por estar levando conhecimento às pessoas que às vezes não têm o entendimento de estar sofrendo violência em suas mais variadas formas [física, psicológica, moral, sexual, obstétrica e patrimonial] ou para ajudar mulheres que estão passando pela mesma situação. Precisamos nos apoiar, precisamos estar do lado de outras mulheres”, ressalta Kellianne, que é moradora da comunidade Ipojuco, na zona rural de Craíbas.

PATRULHA MARIA DA PENHA

Também no último dia 17, o Comitê Roda Com Elas realizou nova atividade em que a MVV recebeu a Patrulha Maria da Penha, do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Alagoas, dentro do site em Craíbas.

Foram convidadas, no ensejo, todas as empregadas efetivas e terceirizadas da MVV para se reunirem no Refeitório Principal da Mina Serrote. Houve a palestra “Agosto Lilás: mês que a Lei Maria da Penha completa 16 anos”, com a capitã PM Adriana Souza e a soldado PM Nadir Martins, apresentando dados e explanando sobre a atuação da Patrulha na nossa região.

“No final deste mês, no dia 31, a nossa Patrulha fará dois anos de existência. Já realizamos mais de 650 atendimentos a mulheres em situação de violência e efetuamos 40 prisões de homens que desrespeitaram o cumprimento judicial de medida protetiva. Nossa única missão na vida é ajudar quem mais precisa. Estamos atuando hoje em Arapiraca e Craíbas. Contem conosco! Vocês são guerreiras, lutadoras. Não permitam nenhum tipo de violência ou abuso em suas vidas! Ninguém merece ser morto; e matar alguém por ser mulher é uma covardia. Busquem ajuda. Estaremos sempre por perto”, comenta a capitã PM Adriana.

Durante o evento, a soldado Nadir contou a história de Maria da Penha Maia Fernandes, que foi vítima de seu marido por diversas vezes. “O processo dela durou mais de 10 anos na Justiça, tramitando, até que fosse resolvido. Esse caso virou emblemático e acabou se transformando na Lei nº 11.340/06, tendo sido enfim publicada em 07/08/2006. Isto é, a farmacêutica Maria da Penha representa todas as mulheres do Brasil que não tem voz, que sofrem ou sofreram, mas não desistem”, pontua.

A palestrante mostrou, ainda, um fluxograma de como funciona a denúncia a partir de sua execução: a mulher-vítima vai até o delegado, relata seu problema e isso é enviado ao Juizado da Mulher, já com medida protetiva — em 48h, ela já terá cobertura da Patrulha Maria da Penha.

O Juizado disponibiliza assistência psicológica a esta mulher e, ainda, cursos profissionalizantes, a fim de que ela não dependa mais financeiramente do agressor (se for o caso) e possa ter independência plena.

A sede da Patrulha Maria da Penha fica dentro do Juizado da Mulher da Comarca, no bairro Santa Edwiges, em Arapiraca. O objetivo é, de fato, agilizar os atendimentos, possibilitando a atuação dos policiais quando o juiz titular da unidade concede as medidas protetivas.

Segundo a palestrante soldado PM Nadir, a Lei Maria da Penha é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma das três melhores legislações do mundo. Com ela assegurada, a Patrulha Maria da Penha atua junto a mulheres em medida protetivas em uma rede que conta com o apoio do Governo do Estado, do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e da própria Polícia Militar.

“Geralmente, as mulheres julgam umas às outras. Precisamos parar de fazer isso! Não sabemos o que a outra está passando. Precisamos ser mais empáticas, pois ali, por trás, há medo, falta de rede de apoio, crença que o agressor possa mudar, dependência econômica e psicológica e, ainda, fatores sociais e culturais como um todo. Precisamos ouvir, apoiar, estender a mão, cuidar, denunciar. E mais: mudar esta nova geração que está chegando, ensinando nossos filhos. Nós, mulheres, nascemos para ser felizes!”, finaliza a palestrante.

Atualmente, a Patrulha trabalha 24h/dia na proteção das vítimas de violência doméstica. Todos os dias, uma viatura caracterizada (na cor lilás) sai às ruas para fazer os encaminhamentos e, também, a ronda. Para conferir as redes sociais da Patrulha Maria da Penha, acesse @pmp.3bpm.pmal.

Precisamos, juntos e juntas, mudar esse cenário de variadas violências, fato que está entranhado negativamente em nossa sociedade. Junte-se a nós nesta luta, que é de todas e todos: não à violência contra a mulher! NÃO SE CALE: LIGUE 180.

Fonte: Assessoria

Redação

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