Dia do Cinema nacional: conheça o trabalho de um jovem diretor alagoano
O interesse em escrever e contar histórias, somado ao entusiasmo que se despertava ao assistir ‘Django Livre’, tendo sua confirmação ao ver ‘Hiroshima, meu amor’. Esses foram os primeiros passos do alagoano Leonardo Amorim no mundo do Cinema. Hoje, ele é diretor, roteirista e montador e já produziu quatro curtas: Pornô (2016), que trata sobre fama, dinheiro e segurança; A Noite Estava Fria (2017); Vamos Ficar Sozinhas (2019) e Queima Minha Pele, previsto para estrear em 2023.
Leonardo viu na área da comunicação algo próximo ao Cinema. Ele é formado em Publicidade e Propaganda pela UNIT/AL e optou pelo curso para dar margem à criatividade. Os primeiros curtas produzidos por ele se baseavam muito nas condições de produção e na falta de orçamento.
“Tive que usar locações que tinha acesso, com pessoas conhecidas, sabendo que não teria dinheiro para muita coisa. Então poucas cenas, poucos planos, histórias que se passam em um local único e isolado de imprevistos do mundo. Gostei desse aprendizado e acho bastante importante isso de pensar cinema a partir do que se pode fazer, e não do que gostaria”, relembra.
‘Queima Minha Pele’, previsto para estrear em 2023, foi contemplado com o edital FMAC/ANCINE de 2019 e é o único do diretor que não está sendo produzido de forma independente. Leonardo conta que isso impactou na forma que os curtas foram produzidos. Os independentes foram idealizados, filmados e pós-produzidos em 6 meses, além de contar com menos pessoas e acúmulo de funções.
“É como se o dinheiro garantisse mais tempo, ainda que limite de outras formas, na estrutura da produção que é maior, mais rígida. Então, foi um choque dirigir o ‘Queima Minha Pele’, é realmente uma virada de chave. Senti estar fazendo um primeiro filme de novo, e de certa forma precisando desaprender alguns hábitos dos anteriores e entendendo o que deve permanecer dessas experiências que me moldaram”, revela.
Alegrias x Dificuldades
Leonardo conta que entre as partes mais prazerosas de fazer Cinema estão: o set, ver as imagens sendo feitas, tudo se organizando para isso, além da montagem, vendo o encadeamento e a maneira que os significados vão ser criados e organizados. A mais difícil, segundo ele, é a espera entre a pré-produção e a produção.
Ele conta ainda um feedback que o ajudou a seguir em frente: “Foi de um diretor daqui de Alagoas chamado Nivaldo Vasconcelos. Ele tinha visto meu primeiro curta em 2016, o Pornô, e depois viu o de 2017, o A Noite Estava Fria (que está disponível no YouTube). A maioria das pessoas falam que preferem o segundo, mas ele me falou sobre como o primeiro tinha uma irreverência, uma energia bem mais potente. E eu concordo. Fiquei pensando nisso desde então, e foi o que levei comigo para o set do Queima Minha Pele”.
Perguntado sobre como é produzir Cinema em Alagoas, ele responde: “Tem muita gente com sede e vontade de produzir, um setor que tem bastante gente talentosa e potencial para crescer e fazer a economia criativa girar. Mas para isso é necessário investimento público, só assim o cinema alagoano vai prosperar”.
Fonte: Assessoria