Zagallo: morre o homem, nasce o mito!
Em matéria de esporte — e só para ficar no futebol — Alagoas é terreno, ou melhor, um campo fértil e um celeiro que produziu e produz craques e personalidades que colocam o Brasil no topo do ranking no mundo. Entre esses ícones internacionais saídos da terrinha abençoada está a agora ex-atleta Marta, a Rainha, seis vezes a melhor jogadora de futebol do planeta. Nesta seara encontra-se também Dida, o Edvaldo Alves Santa Rosa, e cujo nome empresta ao Museu dos Esportes, instalado no Estádio Rei Pelé.
Dida foi campeão do mundo ao lado de Zagallo na Copa da Suécia de 1958, fez fama no Flamengo e é o maior ídolo do ex-jogador Zico. E o que dizer então deste gigante alagoano que está no panteão do esporte mundial e que se despede de nós mortais? O alagoano Mário Jorge Lobo Zagallo é, sem sombra de dúvidas, um dos mais importantes personagens do futebol brasileiro. Em verdade, e com justiça, para ser mais exato, sim, de todo o futebol mundial. Ele é o único entre bilhões a ter levantado quatro copas do mundo.
Não é nenhum exagero se afirmar que – guardadas as devidas proporções em comparação a outras lendas do futebol da estirpe de um Pelé ou Garrincha — e usando a expressão do “lugar-comum” —, o desportista brasileiro e, em especial, o alagoano, pode, sim, afirmar que em sendo Zagallo “morre o homem e nasce o mito”.
Como não lhe atribuir o título de “mito” se até hoje, em todo o planeta, este alagoano é a única pessoa que viveu o ápice de toda da glória no esporte: a de ser campeão por quatro vezes da Copa do Mundo, e ainda teve o privilégio de batalhar por ela outras tantas vezes? Suas conquistas o eternizaram na alma do torcedor brasileiro. Em muitos anos a serviço da Seleção, Zagallo presenciou, capturou, traduziu e definiu praticamente todo o ideal do futebol do Brasil.
Entre as Copas do Mundo de 1958 e 1998, este alagoano contribuiu taticamente, intelectualmente e até espiritualmente para a formação de uma escola brasileira de futebol. Depois, seguiu como uma espécie de personagem, um oráculo sem pedestal nem cerimônia, eternizando frases (quem não lembra da bombástica “Vocês vão ter que me engolir!”?) e isso sem falar na superstição com o número 13.
Fora isso tudo conquistado pelo mundo, é pertinente citar suas conquistas no futebol tupiniquim, onde foi também campeão brasileiro, campeão carioca e de outra infinidade de troféus, como a que, ironicamente, resultou na sua última conquista. E olha que ironia! Sim, porque foi na sua terrinha amada, Alagoas, esse último título no futebol, quando aqui esteve no ano de 2001, comandando o Flamengo, faturando o título da extinta Copa dos Campeões.
Enfim, o livro da vida de Zagallo se confunde com o do próprio futebol brasileiro por vários e longos capítulos. Em dezembro de 2022, a Secretaria de Estado da Comunicação de Alagoas fez uma grande homenagem ao Rei Pelé, portanto, com seu amigo alagoano não poderia ser diferente. Nesta reportagem especial disponível na Agência Alagoas você vai acompanhar apenas um breve e singelo resumo carinhoso da obra deste jogador imortal.
Por tudo isso, Alagoas, teu berço, diz: obrigado, Velho Lobo! Vai em paz, Zagallo!!!!
Fonte: Agência Alagoas